(In)Acabado - IV

sexta-feira, julho 13


Uma estrela, uma estrela no céu.
Uma estrela que brilha um brilho cor de sangue.

Merda. Tem sangue escorrendo sobre meus olhos, mal sinto minhas pernas e meus braços? Pff... Esquece. Bom, ao menos, o carro não está numa vala ou num rio ou até em uma encosta, né? – Faz-se ouvir um estrondo metálico e o carro desliza para frente, mostrando um caudaloso rio ao fim da encosta. –
Mas que MERDA! Eu e minha boca grande! Cadê aquela estrela agora? Ah, ali. Tomara que os bombeiros a sigam... É o único referencial que eu tenho/tinha para dar a eles. – Adormece –

Olá Scott, como vai?

Hm.. Hein?! Onde estou e quem diabos é você?

Chamam-me de estrela, astro, corpo celeste... Mas o meu nome mesmo é Kim, e cara... Tu tá mal! Olha quanto osso quebrado... Esse corte na sua testa, meu Deus... Não sei como alguém consegue sobreviver com tanta dor, vejamos o que aconteceu para você ficar assim.

Eu estava dirigindo, drogado, sob o efeito de rebites para me manter acordado, a caminho da casa da minha cunhada, para saber de minha esposa... Que se parece um tanto contigo. Disseram-me que minha esposa, Kate, estava prestes a falecer e sai o mais rápido que pude. Na estrada, antes de fazer a curva para entrar na descida ao continente, avistei três pessoas e um cavalo, freei o carro, mas ele não respondeu e logo atropelei o cavalo. Perdi o controle da direção e aí, só lembro-me de acordar, ver uma estrela e sangue começar a escorrer pelo meu rosto. Fora perceber que estava todo quebrado e ter, por milagre, conseguido ligar para os bombeiros.

Triste história, Scott. Bem, logo tudo estará bem. Lembre-se de olhar para a estrela. – Começa a sair andando numa névoa que se instala no local onde está. A visão de Scott escurece gradativamente –

Espere! Kim! O que irá acontecer comigo?! Kim! Kim! KIM! MAS QUE MERDA! 
Adormece –