Uma
estrela, uma estrela no céu.
Uma
estrela que brilha um brilho cor de sangue.
Merda.
Tem sangue escorrendo sobre meus olhos, mal sinto minhas pernas e meus braços? Pff...
Esquece. Bom, ao menos, o carro não está numa vala ou num rio ou até em uma
encosta, né? – Faz-se ouvir um estrondo
metálico e o carro desliza para frente, mostrando um caudaloso rio ao fim da
encosta. –
Mas
que MERDA! Eu e minha boca grande! Cadê aquela estrela agora? Ah, ali. Tomara
que os bombeiros a sigam... É o único referencial que eu tenho/tinha para dar a
eles. – Adormece –
Olá Scott, como
vai?
Hm..
Hein?! Onde estou e quem diabos é você?
Chamam-me de
estrela, astro, corpo celeste... Mas o meu nome mesmo é Kim, e cara... Tu tá
mal! Olha quanto osso quebrado... Esse corte na sua testa, meu Deus... Não sei
como alguém consegue sobreviver com tanta dor, vejamos o que aconteceu para
você ficar assim.
Eu
estava dirigindo, drogado, sob o efeito de rebites para me manter acordado, a
caminho da casa da minha cunhada, para saber de minha esposa... Que se parece
um tanto contigo. Disseram-me que minha esposa, Kate, estava prestes a falecer
e sai o mais rápido que pude. Na estrada, antes de fazer a curva para entrar na
descida ao continente, avistei três pessoas e um cavalo, freei o carro, mas ele
não respondeu e logo atropelei o cavalo. Perdi o controle da direção e aí, só lembro-me
de acordar, ver uma estrela e sangue começar a escorrer pelo meu rosto. Fora
perceber que estava todo quebrado e ter, por milagre, conseguido ligar para os
bombeiros.
Triste história,
Scott. Bem, logo tudo estará bem. Lembre-se de olhar para a estrela. – Começa a
sair andando numa névoa que se instala no local onde está. A visão de Scott
escurece gradativamente –
Espere!
Kim! O que irá acontecer comigo?! Kim! Kim! KIM! MAS QUE MERDA!
– Adormece –