Carinho

quarta-feira, julho 25

Maldições.
Imperativos.
Conselhos.
Tudo pro espaço.
Que se dane.

Que se dane.
Dane-se o mundo
Dane-se o futuro
Dane-se tudo

Já que quero você aqui
Aqui, do meu lado.
Aqui, ao meu lado.
Aqui, junto a mim.

Comigo, sempre
Sempre ali
Para que eu proteja
E cuide

Cuide até me cansar
Cuide até me envelhecer
Apenas, cuidar de ti.

Inacabado - VII

terça-feira, julho 24


Porque é tão importante na vida humana ter um(a) companheiro(a)?
Assim começava o artigo do jornal matinal que resolvi ler enquanto Giovana prepara seu suco de laranja. Não que isso fosse um ritual de todos os dias, mas, era comum ao menos uma vez ao mês que estivéssemos os dois acordados de manhã antes do trabalho em casa e dispostos a sentar na mesma mesa.

Um ano e meio morando juntos e já não aguentávamo-nos mais, culpa de nossas rotinas estressantes é verdade. Gi trabalha como publicitária em uma agência famosa, aliás, é a assistente do dono. E eu sou um delegado de uma das piores DPs de São Paulo. Bom, melhor voltar a ler o artigo.
“É algo estranho, nos casamos após sairmos do colégio e nunca tínhamos nos olhado antes”.
Depoimento de alguém que realizou um sonho é verdade. Dizem que a melhor época pra encontrar alguém para casar e constituir família, é a juventude inicial, a adolescência nos Colégios. Bom, conheci a Gi na  faculdade. Tínhamos um amigo em comum, saiamos pras mesmas baladas, começamos a nos falar e aí, aconteceu.

“Querido, pode me passar a manteiga? Querido... Querido?!” – Desculpe, respondi enquanto dava a manteiga a ela. Minha concentração naquele pedaço de papel de má qualidade era algo que irritava. Ela odiava que eu lesse durante o café da manhã, mas não falou nada.
Linda, uma reportagem diz que nós só nos relacionamos por falta de um sentimento próprio de compaixão total. Giovana bate forte com suas mãos delicadas em cima da mesa de vidro – receio que a força tenha sido o suficiente para trincar o móvel – enquanto exclama: “Besteira! Nós relacionamos porque gostamos de nos relacionar, relacionamo-nos porque queremos prazer. Deixe de ser idiota Matt!”.

Um acesso de raiva, quanto tempo não à via assim. Gi era apaixonada por natureza, sua mãe a criou com o pensamento “case, case e tenha família. Você será feliz assim”. Eu fui criado do jeito comum, case se tiver a chance, se achar a pessoa certa.
Gi era a pessoa certa, mas eu temia não ser o certo para ela. Ela saiu pra trabalhar, não disse nem sequer um tchau. Certo... Devo ir embora também. Coloquei minha camiseta preta com os dizeres “Polícia Civil” nas costas e o colete à prova de balas por cima. Arma, distintivo, chaves, óculos escuros. Tudo certo.

Entrei no meu Corolla e andei pela rua, devagar, sem pressa. O farol ainda estava vermelho, então eu fui indo devagar para que quando chegasse lá ele já estivesse aberto. Deu certo, acelerei para atravessar a avenida. Dois quarteirões na mesma rua virei à esquerda para fazer o retorno e voltar à avenida para ir ao sentido certo, dois carros me acompanham.
Acelerei, sem olhar pra frente, concentrado nos carros que estavam atrás de mim, os dois começaram a disputar uma corrida e eu estava no meio do percurso. Sem olhar pra frente, não vi o caminhão da Eletropaulo que estava reparando a fiação elétrica.

E eu nunca pude dizer a Giovana, que queria casar com ela.


Juras.

domingo, julho 22

Suas juras de amor eterno se foram.
Se foram assim como sua máscara.
Mascarada, fiel, ingrata.
Graças, graças a Buddha que não estás mais aqui

Sinto, sinto que me quebras
Cada memória
Cada história
Cada oratória
Oratória, ora ora, que servia de show
Para que fingistes
Amar.

Mil juras de paixão
Mil juras de traição
Duas mil maleficências
Três mil facadas pelas costas.

Traído, traidor, traidora
Estás aqui para que?
Que juras ainda não fez?
Que juras ainda quer fazer?

Suma, apenas jure que sumirá.
Faça apenas a jura de desaparecer.

Redenção (ou Dois Goles)


 Antes de lerem este texto, quero que saibam que ele é um texto feito a partir de outro, de meu amigo, Kleberson Carvalho. Para entender completamente este texto, leiam antes esse: http://bit.ly/cronicest
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Dois goles, e minha dose de uísque, se foi... A noite parece ser longa demais quando se aguarda uma ligação. O uísque não mais queima minha garganta, já fui amaciado o suficiente por essa bebida e muitas outras. Algo me dizia que Demian iria tardar a me ligar. Demian Sette, o louco escritor que eu era fã e que poderia considerar um amigo, já que ele entende minhas mazelas e até partilha de uma delas.
Hoje era sua redenção. Não importavam as consequências, a redenção no final era o importante para ele – E para mim, já que eu participaria de sua redenção e faria a minha própria – e assim seguiria a noite, resumida em uma única palavra: Redenção.

O silêncio imperava naquele carro, Demian estava apagado no banco do passageiro, acabávamos de voltar de uma sessão de autógrafos seguida de uma noitada, como eu sempre fui acostumado a vida noturna e posso dormir três horas por noite e estarei descansado, dirijo. No porta-malas do carro – Um Veloster – estão os preparativos da redenção de Demian.
Nada poderá tirar essa confusão que há em minha mente agora... Sentimentos de certo, confusos. Uma noite intrínseca para nós e que será indelével para a história de nossas histórias.

Deixei Demian no seu habitat, sabendo que seria a última vez que o veria. Acelerei fundo, quanto maior fosse minha distância dali, melhor seria para mim. – Bom quem sou eu? Meu nome, Wolf. Minha idade? Na casa dos vinte. Estatura mediana, porte físico razoável. Em contraste a Demian, que tem sua tatuagem Rape The Life, seguindo sua própria filosofia, eu tenho tatuado em minhas costas Pray to Buddha lembrando-me da filosofia da arte que pratiquei durante anos, o Muay Thai. – Acelerei e parei no bar de costume, pedi o de sempre, uma dose de uísque.
Tudo o que tenho que fazer é esperar a ligação de Demian no fim da noite, para começar minha Redenção. Minha camiseta branca  deixa a mostra minha arma no coldre em minhas costas, enfiado por dentro da minha calça. Parece que quando se está armado, se tem um efeito hipnótico sobre si. Todos no bar me olham estranho.

Enquanto eu bebo, Demian deve estar arrebentando garrafas ou fumando e bebendo, não sei ao certo. Não entendi nada de seu plano. Só sei que deveria começar minha redenção assim que ele terminasse a dele, era Outubro novamente, todo outubro, nesse mesmo dia, chove a mesma quantidade e na mesma intensidade. Tirei um ipod do bolso, coloquei os fones em minhas orelhas e os afundei, para que chegassem o mais próximo o possível de meus tímpanos. Percorri as playlists e deixei tocar uma de harstyle.

Nada de Demian ligar... Quanto tempo mais eu deveria esperar? Pensei em ir para lá, mas não, não era o que ele queria. Seu plano era pra ser executado sozinho. Saí do bar com uma garrafa de Jack Daniels, um copo, um fone fora de minha orelha. Entrei no carro, sentei, girei a chave no contato servi uma dose generosa no copo, abri os vidros do carro. Sorvi aquela dose de forma lenta e calma, engatei a primeira marcha, joguei o copo fora pela janela e pude o ouvir estalando e quebrando ao entrar em contato com o asfalto, acelerei e peguei a garrafa para tomar pelo gargalo.

Uma reta era o que eu via em minha frente, uma reta. Nenhum carro, nenhuma pessoa, não havia o que me impedisse de dirigir e beber. Girei a garrafa em minha mão direita, passei-a para a mão esquerda, destampei e bebi um belo gole pelo gargalo da garrafa e a arremessei para longe. Acelerei mais, fui o mais distante possível – ou o local mais distante que me agradara –.  
Parei quando cheguei a uma colina, uma árvore ao meu lado, e de lá, podia ver parte da cidade. Meu telefone vibrou em meu bolso. Apertei a tecla “send” e levei-o para a orelha sem fone – a orelha direita – pude ouvir uma curta frase: “Está feito.” Em seguida, os toques de ligação encerrada. Abri o porta-malas e peguei um galão onde estavam dois litros de gasolina. Derramei-os pelo carro todo, interior e exterior, tirei com minha mão direita, do mesmo bolso que o ipod, um isqueiro prata, brinquei de acender e apagar um pouco com ele. Encostei o isqueiro no capô do carro e rapidamente começou o fogo, joguei-o pela janela do carro à dentro e começou o fogo interior.

Tirei minha arma do coldre em minhas costas – com minha mão esquerda – uma Glock 9 MM nova, destravei, verifiquei o pente de balas, havia a quantidade certa. Engatilhei-a... Dei dois passos para trás, ficando quase à beira da colina, encostei o cano da arma em minha têmpora esquerda, depois em meu maxilar e por fim, no céu da boca. Puxei o gatilho.

Eis o começo de minha Redenção.

(In)Acabado - VI

sexta-feira, julho 20


Tudo o que pude fazer para ajudar foi pífio, queria ter tido a chance de ter  o salvado. Seria o trunfo, melhor, triunfo da minha amizade com ele. Bom, filho da mãe tem em qualquer lugar só que um do nível do cara ai... Pô é sacanagem!
O pior de tudo, é que esse ai é meu irmão. Scott bateu seu carro e agora tá ai, nessa cama de hospital... Porque o deixei, por quê? Bom, ficar me culpando agora não vai adiantar muito.

Homenagens pra ele já estão sendo feitas pela família. Bando de hipócritas! Deveriam virar latas de sardinha ou sardinhas em lata, sei lá.

Mark. Qual o estado dele?
Melhor do que você gostaria Angell.
Credo Mark! Eu, apesar de não aprovar o relacionamento dele com minha irmã, não quero vê-lo morto. Principalmente agora.
Por que “principalmente agora”?
Minha irmã está grávida do Scott, cinco meses.
Oi?! Como ela pode estar grávida e não ter contado ao Scott, Angell?
Foi por isso que ele veio pra cá, Mark, pra saber da notícia... Nós fizemos uma ligação e pedimos pra ele vir com a máxima urgência, só que, aconteceu o que aconteceu.
Mas que merda, Angell! Se alguma coisa acontecer, se Scott morrer... Olha, não respondo por mim!

Passaram-se três meses, Scott faleceu e seu filho faleceu. Mark decidiu cortar todas as relações com Olga, Angell e o bebê, porém algo não deu muito certo. Olga veio a falecer e Angell decidira dar a criança a alguém que pudesse cuidar já que ela não conseguiria muito, pois não possuía recursos financeiros para tal fim. Eu fui escolhido... Eu!
Angell só esqueceu-se de uma coisa, eu prometi a mim mesmo que meu irmão não iria morrer e apenas eu sofrer... Ela se esqueceu de que Eu pretendo ter vingança. Vingar-me dela e de sua falecida irmã, por tirarem a minha família de mim. 

Farsa

terça-feira, julho 17


Chove lá fora
Jovem pelo lado de fora
Senhor por ai afora
 De fora a fora se mostra
Uma amostra de personalidade.

Face de uma múltipla
Face. 
Perfeito, seu reflexo
Sem nexo o seu pensamento. 

Se viesse a ter
E se ater
Veria a chuva lá fora.
Afora de fora a fora
Chove ácido.

Ácido e plácido 
Ele se move por ai
Se mostrando, a face de várias faces
Uma face
De uma farsa.

Caminho.

domingo, julho 15


Você já se apaixonou?
Já sentiu algo por alguém que nunca conversou?
Já pediu pra alguém falar de você para alguém
Só pra saber se essa pessoa gostava de você?

É isso que se faz quando se está gostando de alguém
Pelo menos eu faço isso
Faço isso porque sou tímido.
Mas será que faço certo?

Deveria falar com você!
Deveria ser assim
Eu falo com você por indireta
E você me responde reta

Porque você deve entender
Que eu gosto de você.
É estranho, estranho de fato
E por isso confesso. 

Confesso que faço o que faço
Para ver o que terei em troca
Mas deixe-me ser claro
O caminho será esse
Planos se farão e a realizarei-os
Para ver onde posso chegar

E ver, ver se
Em você chegará. 

(In)Acabado - IV

sexta-feira, julho 13


Uma estrela, uma estrela no céu.
Uma estrela que brilha um brilho cor de sangue.

Merda. Tem sangue escorrendo sobre meus olhos, mal sinto minhas pernas e meus braços? Pff... Esquece. Bom, ao menos, o carro não está numa vala ou num rio ou até em uma encosta, né? – Faz-se ouvir um estrondo metálico e o carro desliza para frente, mostrando um caudaloso rio ao fim da encosta. –
Mas que MERDA! Eu e minha boca grande! Cadê aquela estrela agora? Ah, ali. Tomara que os bombeiros a sigam... É o único referencial que eu tenho/tinha para dar a eles. – Adormece –

Olá Scott, como vai?

Hm.. Hein?! Onde estou e quem diabos é você?

Chamam-me de estrela, astro, corpo celeste... Mas o meu nome mesmo é Kim, e cara... Tu tá mal! Olha quanto osso quebrado... Esse corte na sua testa, meu Deus... Não sei como alguém consegue sobreviver com tanta dor, vejamos o que aconteceu para você ficar assim.

Eu estava dirigindo, drogado, sob o efeito de rebites para me manter acordado, a caminho da casa da minha cunhada, para saber de minha esposa... Que se parece um tanto contigo. Disseram-me que minha esposa, Kate, estava prestes a falecer e sai o mais rápido que pude. Na estrada, antes de fazer a curva para entrar na descida ao continente, avistei três pessoas e um cavalo, freei o carro, mas ele não respondeu e logo atropelei o cavalo. Perdi o controle da direção e aí, só lembro-me de acordar, ver uma estrela e sangue começar a escorrer pelo meu rosto. Fora perceber que estava todo quebrado e ter, por milagre, conseguido ligar para os bombeiros.

Triste história, Scott. Bem, logo tudo estará bem. Lembre-se de olhar para a estrela. – Começa a sair andando numa névoa que se instala no local onde está. A visão de Scott escurece gradativamente –

Espere! Kim! O que irá acontecer comigo?! Kim! Kim! KIM! MAS QUE MERDA! 
Adormece –

(In)Acabado - III


Estou bêbado, sim, estou... Mas que se dane! Só quero afogar as mágoas, quero afoga-las num copo de uísque que seja!
Tá, to exagerando... Mas... Mas... – Começa a chorar – eu perdi tudo! Tudo num jogo maldito de Black Jack (o famoso 21)... Antes disso, ainda tive que ouvir minha esposa no telefone me dando bronca... MINHA ESPOSA! Meu Deus! O que falarei pra ela? Tenho que bolar algo rápido.

Mal consigo andar numa linha reta, ou seja, a bebida tá fazendo efeito e um sério efeito. Hum... O que será aquilo ali atrás daquele poste? Um vulto preto passou por cima de mim ou foi só impressão? – Cai em uma poça d’água – Mas que... O que é isso? Parece-me um bilhete de loteria... PUTA MERDA! UM BILHETE DE LOTERIA! Tenho que ir conferir o resultado agora! Se isso aqui for premiado, devo ganhar uma bolada! HAHAHA! Adios problemas!
Táxi! Ei! Táxi! – Leva um chute nas costelas do lado esquerdo do tronco – Mas o que?! Quem é você?! O que queres? Dinheiro? Não tenho nada! Como deve perceber, estou falido! FA-LI-DO!

Depois de algumas horas lutando com sombras, Jon se encaminhou a uma casa de apostas, a fim de conferir seu novo bilhete de loteria. Para sua surpresa, o bilhete estava premiado com cerca de 100 mil libras. Isso era um tanto quanto reconfortante para ele, não comprara o bilhete, que custava algo em torno de 3 xelins e ainda ganhara um prêmio de 100 mil libras! Era seu dia de sorte!
Ah! Mal creio nisso! CEM MIL LIBRAS! ISSO É DEMAIS! DEMAIS! Onde tem um telefone aqui? Alô? Querida! Estamos ricos! Ganhei 100 mil libras na loteria! Não... Não... Eu te explico quando chegar me espere, já estou quase na rua de casa ok? Beijos.
Bom, melhor ir indo mesmo. – Saiu porta a fora, dois passos após virar a esquina, Jon leva um tiro. Não se vê o atirador. – Mas hein?! Onde estou?! – Jon acordara na porta do boteco onde passou a noite bebendo, após ser expulso do cassino. – Oh não! Não acredito! Estou falido, quebrado, o que mais me falta acontecer? – Jon olhou para o chão, exatamente para uma poça d’água no meio-fio e se deparou com um bilhete da loteria...

(In)Acabado - II

quarta-feira, julho 11


E lá vem ela, passos firmes com sua bota de salto alto... 1... 2... 3... E passou por mim, tudo o que disse foi o cordial Bom Dia de sempre. E lá foi ela, pelo corredor a fora... Virou a esquerda e pronto, entrou no elevador. Deve estar indo pro quinto andar, reuniões e mais reuniões...
E eu? Bom, eu to aqui sentado na frente desse computador escrevendo HAIKAIS porque meu chefe pensa que minha capacidade  mental não é apta para o cargo que possuo... Tirando toda essa baboseira poética e bonitinha, ele me acha um retardado. Pronto, falei.

Dia 2... De novo ela passa por mim e diz bom dia e caminha para o elevador. Bem que me disseram que trabalhar nessa redação ia me deixar louco... “Michael, me trás um café?” Michael é o cara do café. Acho que é o único aqui com quem falo e o único que sabe que eu gosto da Natália. Chefe Natália na verdade... Bom, vou voltar a editar meu relatório novo e a escrever meus HAIKAIS.

Dia 3, e, bem... Fui demitido.
Culpa da Natália... Me chamou por volta das 7h da noite, todo mundo já tinha ido e eu só tava terminando meu relatório, última página e ela me chamou... Entrei na sala dela, bati forte a porta – culpa do nervosismo – ela pediu pra que eu sentasse na cadeira que tava na frente dela, obedeci.
Eu achei que ia rolar algo... Mas, na real, ela disse que eu estava demitido por improdutividade, e que meu computador tinha mais HAIKAIS do que uma livraria chinesa.

Dia 4. Natália amanheceu com o seu celular se esgoelando de tanto tocar, o prédio da empresa havia sido vítima de um incêndio.

(In)Acabado


Cada gota do seu suor sobre mim, cada vez que respiras, cada vez que piscas, eu sinto em minha pele. Sua voz ecoa em minha mente, parece que sinto cada corda vocal vibrar em meu tímpano.

Conhecemos-nos como? Pergunta que permanece sem resposta depois de muito tempo... É ainda irei descobrir isso. Mas, cada vez que pisco ou fecho meus olhos posso te ver, o movimento do seu andar, seus cabelos compridos e negros.

Cada dia que se passa é demasiado pesado para que eu leve-o sem você aqui, pra me ajudar.

No fim, eu fiquei e você se foi.

Anos passaram e nem notaram, o quanto e o tanto que mudamos e amamos. 
Provavelmente porque você sempre se abatera, sempre quisera parecer fraca e desastrada. Você adoeceu, é verdade... Mas isso? Isto é demais!

Deixar-me, tudo bem, eu esperava isso de quem sequer conseguiu cuidar de um hamster, mas partir sem ao menos explicar o porque?
Nessa e naquela de não saber o que acontece, vou te deixando pra trás. Com o coração em cacos, isso é verdade! Porém, é a vida e assim se vive! Não me procures não me chames não me  ames.

É o fim.

O Fim.

Louco.

sexta-feira, julho 6

Nem sempre é algo bom. 
Nem sempre é uma notícia boa.
Mas sempre é, sempre é uma bela moça.

Me diga, numa boa
Qual o sabor de sua boca?
Será o mesmo do teu corpo?

Desculpe o jeito rude, é que fico 
E até evito
Mas não consigo.
Tu me deixas louco. 

Oco, cérebro oco.
Porque te disse logo
Quando o plano
Era de louco? 

Pouco. Muito pouco.
Entendo tudo isso quase como um louco.
Mas, volto ao foco
E pergunto
Qual o sabor da sua boca?