Tem coisas que só
descobrimos o porquê quando morremos... Ou, perdemos algo/alguém
importante. Bom, eu perdi Blair. Meu
nome é Wolf. Blair era minha namorada havia oito meses, e planejávamos toda uma
vida.
Segunda-feira, mês de outubro,
eu e Blair acordamos por volta das sete para corrermos juntos como fazíamos todos
os dias. Eu devo ter acordado uns cinco minutos mais tarde, já que quando eu
estava abrindo os olhos o que vi, foi Blair, na minha frente, em frente ao
espelho.
Ela, seu cabelo preto
liso, pele branca bronzeada, olhos castanhos claros, um sorriso encantador e
sua legging preta... Blair era linda, realmente linda. Não tinha um defeito
sequer, apesar de eu ser suspeito para dizer isso, apaixonados que éramos não
consigo diferenciar o que era defeito e o que me fazia a amar mais e mais.
Levantei-me e me troquei de forma rápida, e
descemos as escadas para tomar café na cozinha. Ela ligou o rádio e eu peguei
as laranjas para fazer um suco. Enquanto eu cortava as laranjas e as espremia,
Blair preparava duas xícaras com leite e cereal. Como uma orquestra, preparávamos
nosso café da manhã. E era assim todos os dias.
Novembro, Blair ficou
doente, e eu preparava uma surpresa para ela. Enquanto sua mãe estava com ela
em nossa casa, eu ia trabalhar e pesquisa preço de alianças pós-expediente. Tudo
parecia ir bem com Blair, que se recuperava a cada dia, e eu encontrei minha
aliança numa loja perto do meu serviço. Trabalhar no centro de uma cidade, te
garante muitas utilidades por perto.
Preparei tudo para a
noite de quinta-feira iríamos jantar num restaurante conceituado da cidade, e
eu a pediria em casamento. Blair melhorou até o dia, tudo estava muito, mas
muito bem mesmo.
Chegamos ao restaurante,
ela devia desconfiar de algo, inteligente que era. Sentamos em nossa mesa, pedimos algo para
comer, enquanto comíamos íamos conversando, ao final do jantar, eu pedi ao
garçom que trouxesse o especial. Que na verdade era um grupo de violinistas que
contratei para pedi-la em casamento.
Ao que o trio de
violinistas se aproximou, levantei-me da cadeira e dei a volta na mesa, puxei-a
da cadeira pondo-a em minha frente, ajoelhei-me e tirei a caixinha do anel de
meu bolso interno do paletó, o trio começou a tocar e enfim disse me engasgando
“Blair, minha linda, você... você a a a aceita casar comigo?”, dito isso, ela
desatou a rir. Comecei a suar como um porco no forno. E ela disse entre risos: “Aceito,
sim eu aceito”.
Antes que eu pudesse
colocar a aliança no dedo de Blair, um grupo de homens encapuzados invadiu o
restaurante, havia passado despercebido o fato de o governador estar jantando
no mesmo restaurante que nós, Blair e eu somos policiais federais, deveríamos ter
prestado atenção, Blair, ao vê-los pôs a mão em sua bolsa e tirou de dentro
dela uma Glock 9 mm, ao lado do meu bolso interno do paletó, estava o coldre
com minha Glock, minha reação foi tirar minha arma antes que Blair fizesse
algo.
Dois disparos foi o
que ouvi logo tudo se tornou preto.