História de Amor - VII

domingo, maio 13


Um beijo, um beijo e agora tá tudo desse jeito. Acho que não tem trilha melhor do que “Mr. Brightside” pra esse momento... Agatha está sentada na minha frente esperando que eu faça o pedido ao garçom que me fita um olhar um tanto quanto constrangedor. “Uma garrafa do seu melhor vinho, e... Traga o vinho primeiro, depois pedimos algo para comer”. O garçom se retirou, Agatha olhava fixamente para o celular e eu suando frio dentro deste terno. Nossos jantares sempre foram bem sucedidos, mas esse aqui está parecendo uma catástrofe...

O garçom retornou com o vinho, duas taças, e os cardápios... Tudo muito suave, como ela gostava, aliás, vou parar para descrevê-la; Agatha estava espetacularmente linda, vestido de gala “nude”, cabelos e pele sedosos... Suas mãos macias digitavam num ritmo acelerado no teclado do celular. Seus olhos castanhos claros, quase cor de mel, olhavam para o aparelho e para o nada ao mesmo tempo. Um bipe desse aparelho e sua testa franziu levemente.
Eu que deveria estar escolhendo o que iríamos comer, mas me deixei por observá-la. Um leve passo do garçom na direção da mesa e sua presença irritante fizeram com que eu me recomposse e escolhesse algum prato que não me lembro de muito bem agora.

Ao final do jantar que foi silencioso demais, Agatha ficou olhando prá mim. Me levantei, puxei uma cadeira para o lado dela e me sentei. “O que foi Agatha, não disse nada no jantar inteiro” só obtive como resposta silêncio. Puxei minha cadeira para mais perto dela e sussurrei em seu ouvido “Agatha, minha linda, ainda está chateada pela discussão de mais cedo?” ela em resposta me olhou e disse que esqueceu o que passou. “Agatha lembra-se daquela manhã de sábado em que você bateu no meu carro novo”?  Foi o suficiente para fazê-la rir incontrolavelmente.

Nós dois estávamos rindo, eu virei pra Agatha e passei os seus cabelos ruivos para trás de sua orelha, como era costume meu de todas as manhãs, e a beijei. Levantamos e saímos do restaurante. Indo para casa de táxi, chegamos e subimos para nosso quarto, Agatha estava se arrumando pra dormir enquanto eu fiquei sentado na cama tirando meu paletó e tomando meu uísque... Agatha abriu a porta do banheiro, e estava com uma lingerie nude semitransparente, duas taças e uma garrafa de champagne caminhando em direção à cama – imaginem meu sorriso um tanto quanto “safado” – ela liga o rádio, tocando “Moves Like Jagger”. “Senhor Wolf, o senhor tem sido muito mal... Mas desde aquele beijo, sou sua...”.

Agatha estourou a champagne, serviu uma taça e me deu, brindou comigo e bebeu direto da garrafa, olhando-a sem saber o que fazer ou falar, ela sentou em cima do meu colo, me empurrou na cama e rasgou minha camisa...