Um beijo, um beijo e
agora tá tudo desse jeito. Acho que não tem trilha melhor do que “Mr.
Brightside” pra esse momento... Agatha está sentada na minha frente esperando
que eu faça o pedido ao garçom que me fita um olhar um tanto quanto
constrangedor. “Uma garrafa do seu melhor vinho, e... Traga o vinho primeiro,
depois pedimos algo para comer”. O garçom se retirou, Agatha olhava fixamente
para o celular e eu suando frio dentro deste terno. Nossos jantares sempre
foram bem sucedidos, mas esse aqui está parecendo uma catástrofe...
O garçom retornou com
o vinho, duas taças, e os cardápios... Tudo muito suave, como ela gostava,
aliás, vou parar para descrevê-la; Agatha estava espetacularmente linda,
vestido de gala “nude”, cabelos e pele sedosos... Suas mãos macias digitavam
num ritmo acelerado no teclado do celular. Seus olhos castanhos claros, quase
cor de mel, olhavam para o aparelho e para o nada ao mesmo tempo. Um bipe desse
aparelho e sua testa franziu levemente.
Eu que deveria estar
escolhendo o que iríamos comer, mas me deixei por observá-la. Um leve passo do
garçom na direção da mesa e sua presença irritante fizeram com que eu me
recomposse e escolhesse algum prato que não me lembro de muito bem agora.
Ao final do jantar que
foi silencioso demais, Agatha ficou olhando prá mim. Me levantei, puxei uma
cadeira para o lado dela e me sentei. “O que foi Agatha, não disse nada no
jantar inteiro” só obtive como resposta silêncio. Puxei minha cadeira para mais
perto dela e sussurrei em seu ouvido “Agatha, minha linda, ainda está chateada
pela discussão de mais cedo?” ela em resposta me olhou e disse que esqueceu o
que passou. “Agatha lembra-se daquela manhã de sábado em que você bateu no meu
carro novo”? Foi o suficiente para
fazê-la rir incontrolavelmente.
Nós dois estávamos
rindo, eu virei pra Agatha e passei os seus cabelos ruivos para trás de sua
orelha, como era costume meu de todas as manhãs, e a beijei. Levantamos e
saímos do restaurante. Indo para casa de táxi, chegamos e subimos para nosso
quarto, Agatha estava se arrumando pra dormir enquanto eu fiquei sentado na
cama tirando meu paletó e tomando meu uísque... Agatha abriu a porta do
banheiro, e estava com uma lingerie nude semitransparente, duas taças e uma
garrafa de champagne caminhando em direção à cama – imaginem meu sorriso um
tanto quanto “safado” – ela liga o rádio, tocando “Moves Like Jagger”. “Senhor
Wolf, o senhor tem sido muito mal... Mas desde aquele beijo, sou sua...”.
Agatha estourou a
champagne, serviu uma taça e me deu, brindou comigo e bebeu direto da garrafa,
olhando-a sem saber o que fazer ou falar, ela sentou em cima do meu colo, me
empurrou na cama e rasgou minha camisa...