A arte da Vingança

domingo, setembro 9


Deixa pra lá, ia contar uma das minhas histórias, mas a vida tá foda... Não que eu não goste deste status de “Wolf”, mas é que uma hora ou outra enche! Com quantas fiquei? Com quantas dormi? Com quantas posso contar agora?
Não... Isso tá errado! Mas assim, deixa quieto vai. Vou ficar falando aqui e atrapalhando o role dos outros, falando nisso, Michelle e Demian estão atrasados e Mike já está ficando bêbado.

“Boa noite, senhores.”, num tom frio único, Demian se fez presente, ao lado dele, sua amiga inseparável praticamente irmã, Michelle a loura mais linda da face da Terra que nunca me dera bola... É a vida, fazer o que.
Mike levantou-se em menção de cumprimentar Demian, mas este se despediu de Michelle e saiu pela porta da frente do bar onde estávamos. Eu apenas levantei pra cumprimentar Michelle que me disse um “Oi, Matt” já que ela se recusava a me chamar de Wolf, dizia que era muito pra minha moral, que eu já tava me achando por causa disso.

Noite longa Mike e Michelle ficaram conversando boa parte da noite, eu fiquei sentado na minha cadeira ouvindo o barulho de burburinhos das outras mesas e os dois prestes a se “pegarem” na minha frente. Michelle estava um tanto quanto saidinha, usando um vestido preto colado, sapatos de salto alto pretos, o cabelo louro bem arrumado caindo sobre os ombros e em cima do decote generoso do vestido.
Mike é um desses palhaços de academia, do tipo sem cérebro, totalmente e literalmente. Sua irmã Anne iria aparecer mais tarde, pensei em como poderia aproveitar isso para irritar Mike, assim como ele me irrita agora.

Passava das duas da manhã, o dono do bar abriu a área do Karaokê, Mike foi o primeiro da fila, “o que uns shots de Tequila pura não fazem com um homem...” pensei, e logo lá estava o bombado cantando Macarena. Sim, era uma cena única e sim, eu estava rindo tanto quanto Michelle.
Deu uma meia-hora dele cantando, tudo errado, diga-se. Ele tava indo escolher outra música, Anne entrou pela porta da frente rindo, e acenou para nós na mesa.

“Hey, Anne! Você está muito bonita nesse vestido hein...” Anne riu-se, toda encabulada, Mike deu uns tapinhas no meu ombro e disse algo sobre eu pegar leve. Michelle chamou Anne para se sentarem próximas e ficaram conversando.
Pronto, agora eu tava ferrado! O dono do bar apareceu, devia ser por volta da meia noite, disse que iria começar o “baile”, chamou o DJ e o cara colocou uma música animadinha pra começar a noite. Mike agarrou Michelle e saiu para pista. Anne ficou olhando-os dançar, eu levantei e sentei do lado dela, de forma que conseguisse cochichar em seu ouvido.

“Sobre o que eu disse mais tarde, desculpa, se tu achou ruim eu nem brinco mais.” Anne riu novamente, disse-me que estava tudo certo. “Bom, já que tá tudo certo, tu fica linda nesse vestido... Mas e fora dele?” Ela só olhou pra mim pegou sua bolsa, levantou e saiu porta a fora.
 Um minuto depois recebo uma SMS dela, com os dizeres: “Vai me deixar ir embora sozinha, a pé, numa noite escura e fria?” Sai correndo pela porta do bar, e lá estava ela, no banco do passageiro do meu Veloster preto.