História de Amor - X - O Fim.

domingo, junho 3


Cinco horas da manhã, há três dias não durmo. Minha busca por Blair parece não levar a lugar nenhum...

Recebi uma promoção no departamento devido ao sumiço de Demian, passei para o posto de que ele usufruía: Diretor de Planejamento de Operações Especiais, ou Delegado de Operações Especiais; posto conseguido por Demian com louvor, após acabar com um cartel de drogas que atuava na fronteira Paraguai-Brasil. Enfim, toda uma história muito longa para o momento.

Com o cargo novo, coloquei uma parte do Departamento atrás do Demian e de Blair. Montei diligências especiais em todas as fronteiras, seria impossível para eles saírem do Brasil agora e, enquanto isso, faço minhas diligências pessoais dia e noite por São Paulo.
Cinco horas da manhã e há três dias não durmo. Estou sentado numa cadeira defronte a um balcão de bar, minha viatura está parada a 95 graus em frente à porta. O bartender está um pouco assustado. Deve ser porque nunca viu um policial entrar num bar e pedir uma dose de vodca.

Ouço algumas viaturas se aproximando com suas sirenes e alertas sonoros ligados. Duas viaturas param na porta e seis homens desembarcam delas. Logo após adentram no bar gritando: “Doutor Wolf, o COT acabou de nos informar que acharam um possível esconderijo do Dr. Demian e da Dra. Blair.” Dei um salto do local onde estava, deixei minha cerveja em cima do balcão junto com uma nota de cinquenta reais. O COT, Comando de Operações Táticas, está vinculado à minha diretoria de planejamento operacional, logo, eles são a elite da DPF, e não me decepcionariam em achar Demian e Blair.

Demian havia levado Blair para o prédio da Gazeta, na Avenida Paulista. O que me fez tremer, pois uma operação aqui poderia ter mais baixas civis do que queríamos. Ele sabia que eu evitaria um confronto ali, pois já havia hesitado num treinamento que envolvia situação semelhante, o que me levou a ser rejeitado pelo COT.

Selecionei cinco agentes para formar uma equipe e me acompanhar na incursão ao prédio. Havia 24 viaturas e 96 agentes. Demian sequestrara Blair, o que deixou muitos do Departamento raivosos e dispostos a ajudar. Iríamos preparados para tudo nessa incursão. Usamos os mesmos coletes balísticos que o Exército usa, capazes de aguentar tiros até de um rifle de precisão calibre .50. Nosso armamento padrão foi substituído por fuzis de assalto, rifles e escopetas. Dois agentes usavam o fuzil de assalto AK-47; um estava com um rifle de precisão Barret M107; e eu e um agente usando fuzis de assalto M4-A1. Por fim, todos tinham uma arma secundária Glock 9mm ou uma Taurus PT 9mm, mas ainda não sabíamos o que Demian tinha, consequentemente, todos estavam com um pouco de medo.

Começamos a incursão ao prédio. Fui o “ponteiro” da equipe, o primeiro da fila. O prédio havia sido previamente evacuado, havia apenas um andar lacrado, pois era no quais estavam Blair, Demian e mais alguns civis.  Dos 14 andares, eles estavam no 11°, número de sorte de Demian - e do meu azar.
Um agente subiu de elevador e o restante da equipe me acompanhou pelas escadas. Ao entrarmos pelas escadarias e chegarmos no 6° andar, ouvimos uma explosão e, por fim, o estrondo do elevador que se espatifara no chão.  Subimos com o dobro da cautela. Ao chegarmos por fim no andar onde estava a situação crítica, fomos recebidos por rajadas de uma escopeta SPAS 12. Separamo-nos. Dois agentes entraram para a esquerda no corredor e abateram o atirador, que não era Demian, para minha surpresa - o que significava que ele contava com ajuda. Os outros dois agentes foram para o lado direito do corredor e eu segui reto, para atravessar o corredor pelas salas que se interligavam.

Ao invadir a primeira sala, pude ouvir uma intensa troca de tiros. Logo após, o rádio ficou mudo e pude ouvir Demian: “Prepare-se, Wolf. Logo tudo o que desejas será seu”. Um forte calafrio percorreu minha espinha, e pude sentir como se Demian estivesse com a mira de sua arma em minha testa. Continuei a atravessar as baías dos escritórios e Demian me derrubou com uma rasteira.

Não dando tempo para que eu pudesse reagir, Demian colocou a mira de sua pistola automática Desert Eagle em direção à minha cabeça. Dei um chute na boca do estômago de Demian enquanto eu levantava, sua reação fora dar dois disparos. Pulei para trás de uma coluna de concreto e saquei minha Glock. Disparei três vezes na direção de Demian e ele pulou para trás de um dos cubículos do escritório.

Um estrondo. Caí no chão com a vista turva. Virei-me de forma com que as minhas costas ficassem para baixo e eu pudesse enxergar o teto, duas sombras apareceram perante minha vista: Demian e Blair. Blair com uma escopeta SPAS 12 nas mãos. “Diga Adeus, Wolf”.

Tudo escureceu.



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Este  é o fim da saga, agradeço à todos que leram, comentaram e curtiram. Em breve começarei uma nova saga, então, continuem visitando o blog para ler mais. Abraços do autor, Matheus Duarte.



Créditos:
Texto revisado por Izaias Viana Marinho e Alison Paias.
Demian é um personagem de Kleberson Carvalho, tendo ele cedido os direitos de uso para estes textos. Contato do mesmo: Kleberson Carvalho