Mas que sorte!

quarta-feira, agosto 1


Quebrado, sem dinheiro e com uma forte dor de cabeça.

- Graaaaande jeito de acabar a noite hein amigão!
Não enche – Retruquei, Marco era um cara legal, porém quando bebia tornava-se um chato de primeira linha.
- Qual é Matt! Sai dessa! Tá ai, mó cara de... (pigarreia) Enfim, vamos beber mais ou a garotinha tem hora pra ir pra casa?
Não enche! – Respondi com vigor desta vez.

Marco andava bebendo há dias e eu decidira o acompanhar para ver o quanto eu era capaz de aguentar, bobagens  de jovens, porém, ele era um “sem noção”. Nunca pararia de beber, enquanto tivesse dinheiro, e quanto mais bebia mais valente ficava.
De repente, vejo Marco caído no chão alguns metros atrás de mim, e dois caras parados na sua frente.
“Merda Marco!” – pensei.
Corri para ver o que acontecia, um dos homens puxou uma faca daquele estilo canivete, dobrável e prática. Pude ver poucos passos antes, minha reação foi dar um pulo e acertar um soco nele. Pois foi o que fiz, ao aterrissar levei um murro na cara que me apagou.

Acordei na Delegacia, estranho como tudo nessa porcaria de cidade acaba em uma delegacia.
- Expliquem-me, o que aconteceu exatamente?
- Bom, seu Delegado, foi simples eu tava aqui com meu amigão, o Matt [Eis que Marco ainda não se curou do pileque], e esses caras chegaram falando que era um assalto e eu reagi, ai o cara me deu um soco com um negócio de metal na mão.
- Bom, e você, o que diz?
Não sei de nada não, doutor – Limitei-me a responder isso, quaisquer palavras erradas que eu pronunciasse iriam me levar pra cana.
- Tá certo, tá certo... Vou precisar de um apoio pra poder liberar vocês, rapazes... Sabem que essa história ai é da muito mal contada e não há nada que não me detenha de deter vocês... HA HA HA!
Excelente trocadilho doutor, Marco, dá um dinheiro pro delegado pau no... (pigarreia) e vamo embora logo – ordenei, com voz vivaz, tênue e calma. Marco esvaziou-me os bolsos e esvaziou os bolsos dele, demos quinhentos reais pro delegado, que nos foi muito boa praça e cedeu uma escolta.
Escolta esta que nos deixou em frente a um estádio de futebol, logo após pararmos em uma rua deserta e apanharmos, apanharmos feito ladrões dos policiais.

Eis que estou quebrado, sem dinheiro e com uma forte dor de cabeça.